Uma peça de teatro é um projecto fascinante. Participar, seja em que função for tem as suas cotas de estresse garantido, mas a satisfação que se tira do resultado final é deveras extasiante.
O texto é o ponto de partida. Mas o que se vê no palco é sempre o resultado do trabalho de todos. Para começar a montagem, é preciso criar várias equipes. Algumas pessoas podem estar em mais de uma equipe, mas todas devem realizar um trabalho específico. Na primeira peça de que participei, junto aos conhecidos (pelo menos em Cabo Verde) Manuel Estevão, Fonseca Soares, Anselmo Fortes so a direção de João Branco, deparei-me com um mundo onde cada um tinha várias funções para além da de actuar. A responsabilidade para mim era maior pois nem tinha ainda terminado o curso de iniciação ao teatro quando fui convidado para participar da peça Mar Alto. O que foi que eu descobri ou aprendi com esta maravilhosa oportunidade?
Aprendi que o primeiro passo é entender os personagens e a história. Quando um ator lê seu personagem, deve buscar a verdade dele. E é claro que nem todos os atores passaram por emoções iguais às dos personagens. Mas todos nós já sentimos alegria, afeto, nervosismo... e já ficamos zangados. Ao ler, o ator deve buscar sua própria emoção. Aprender a colocar sua alegria no personagem. A sentir como ele. Muitas vezes, o ator não concorda com o personagem, mas deve buscar a verdade que ele tem. Um tímido pode interpretar, por exemplo, um ousado. O importante é descobrir como o personagem se expressa, se movimenta! O ideal é fazer algumas leituras com toda a equipe junta.
O que vale também é pesquisar. Da mesma maneira, é preciso imaginar a roupa, sem, como envelhecê-la? Com um vestido, uma peruca? Ou basta um penteado? O diretor deve pensar qual o jeito que terá a peça. Será mais tradicional, com contra-regras colocando ou tirando cenários? Ou os atores é que entram e montam o cenário na frente de todos? Ou, então, nem há um cenário tão definido, somente indicações, cadeiras ou bancos que possam servir para o que a imaginação ditar? Não se esqueçam, tudo é valido. O importante é fazer com naturalidade. O teatro tem um jeito mágico de ser. Se o ator se comportar com naturalidade, o publico "acredita" que ele está em casa, e no outro momento em uma praça, e depois na praia sem que nada seja mudado.
Feito isso, os atores e o diretor cuidam dos ensaios. Os produtores tratam de conseguir o material. Os cenógrafos criam e executam o cenário; o figurinista, os figurinos, e o músico ou o sonoplasta grava os trechos de música escolhidos.
No final, todos se reúnem novamente. Chegou a hora dos ensaios gerais, que é o momento em que os atores usam o figurino. E se a roupa ficou apertada, por exemplo? É preciso ter tempo de trocá-la. O cenário entra e sai, até que todos estejam habituados com ele. A música também, nos momentos certos. Se houver iluminação, idem. Alguns ensaios gerais são puramente técnicos, com cada um marcando o que deve fazer. Outros dedicados a afinarem os atores na interpretação. A adrenalina sobe à medida que se aproxima o dia da estréia!!
Feito isso... Está pronto o espectáculo. Agora... é convidar as pessoas. Estrear... fazer um bom trabalho, agradecer os aplausos, partir para o abraço... e descobrir o mundo mágico do teatro!
3 comments:
Adorei este texto!
Parabéns!
Palmas...rsrs...!!!
Aham.,,, te encontrei,,,
Muito nice este texto e o blog...
www.teyalex.blogspot.com
~~Nha blog...
Aham.,,, te encontrei,,,
Muito nice este texto e o blog...
www.teyalex.blogspot.com
~~Nha blog...
Post a Comment